Pesquisa apoiada pelo Proverde catalogou as plantas epífitas no Jardim Botânico da UFRRJ
A pesquisa “Epífitas vasculares em ambientes florestais e matrizes abertas urbanas e rururbanos: levantamento florístico, interações e relações múltiplas com o ambiente”, orientanda pelo professor André Felippe Nunes de Freitas (LEF/UFRRJ), e produzida pelo discente Guilherme Reni Soares Vieira, é mais um projeto apoiado pelo Programa Interno de Bolsas de Iniciação Científica do Jardim Botânico da UFRRJ (Proverde).
Por ser aluno do curso de licenciatura em Biologia, Guilherme já tinha uma relação próxima com o Jardim Botânico, onde fez algumas aulas. Ele conheceu o Proverde através de amigos e tinha bastante vontade de participar. “Era uma conversa recorrente com meu orientador. Tava naquele período inicial de pensar o que produzir na monografia. Eu queria fazer algo nessa iniciação científica que gerasse dados para usar em trabalhos futuros, seja na monografia ou em outro projeto. Então, o professor André e eu fomos desenvolvendo juntos a pesquisa”, comenta.
O estudo foi iniciado em dezembro de 2022. Primeiro, foram avaliadas as áreas do Jardim Botânico com a maior concentração de epífitas, plantas que utilizam outras como suporte, sem prejudicá-las. Depois, foram analisadas as árvores e também as espécies que estavam anexadas nelas. Ao todo, foram 72 árvores catalogadas. Uma planilha foi abastecida com informações, como altura, circunferência, detalhes da copa e os tipos de epífitas fixadas nos troncos.
Depois do levantamento florístico, começou o momento de pensar no trajeto para uma trilha que possa ser frequentada por diferentes públicos, desde crianças até os próprios alunos da Rural. Foram levadas em consideração as espécies mais atrativas e com maior potencial pedagógico. Após definir o percurso, foi produzido um guia ilustrado com detalhes sobre a trilha e as plantas epífitas presentes no caminho.
Para ter acesso ao guia, clique no link a seguir.
Além do valor econômico de algumas espécies, como as orquídeas e bromélias, as epífitas desempenham um papel de grande relevância para o meio ambiente, já que servem de abrigo, fonte de água e alimentos para diversos animais. “Elas também são importantes como espécies bioindicadoras da qualidade do ar. A presença ou ausência de epífitas indica como está o ar naquele local”, explica.
Com a renovação da bolsa do Proverde, Guilherme pretende testar a trilha na prática e fazer ajustes para deixá-la ainda mais educativa aos visitantes. “A gente quer passar um formulário antes ao público para ver se eles já conhecem a planta, o que eles sabem e o que que eles esperam com a visitação. Depois da apresentação, vamos aplicar outro questionário para saber se eles conseguiram extrair alguma informação, se eles entenderam”.
A iniciação científica é um processo bastante enriquecedor para os alunos da graduação. No caso do Guilherme, essa foi sua primeira experiência efetivamente em campo. “A minha primeira participação em uma pesquisa foi na época da pandemia, então era um trabalho que se resumia a ficar na frente do computador. Nesse não, todos os dias que eu ia para o Jardim Botânico eu tinha contato com alguma turma, com algum professor ou com algum aluno. Foi um aprendizado constante que me fez sair da minha zona de conforto, até mesmo dentro da minha área de pesquisa, e buscar novas bibliografias”, aponta.
O Programa Interno de Bolsas de Iniciação Científica do Jardim Botânico procura incentivar o desenvolvimento científico e a participação dos alunos de graduação nas pesquisas acadêmicas. Para saber mais sobre os projetos apoiados pelo Proverde, acesse a página do JB-UFRRJ.
Por Leandro Costa, estagiário de jornalismo, sob a supervisão da professora Alessandra de Carvalho
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